Jacob — Jacquelyn Frank


Jacob (Jacob) — Bianca 863

1º livro da série Nightwalkers

Personagens: Jacob & Isabella “Bella” Russ

Desde o início dos tempos existem os Nightwalkers — seres noturnos que vivem nas sombras da lua. Amar uma humana é absolutamente proibido, e um homem garante o cumprimento dessa antiga lei: Jacob, o Defensor...

Por 700 anos ele resistiu à tentação, imune aos desejos proibidos, ao apetite incontrolável ou à maldição da lua. Seu controle é total, até o momento em que ele vê Isabella numa rua sombria de Nova York. Salvar a vida daquela jovem não faz parte de seus planos...

Tampouco Jacob estava preparado para a força dos sentimentos que ela lhe desperta. Mas, no momento em que acolhe nos braços o delicado e tentador corpo feminino, uma atração poderosa explode entre eles, uma paixão proibida que sobrepuja tudo aquilo em que Jacob sempre acreditou e que sempre defendeu...

Desde antes de Jacob nascer, os seres sobrenaturais tidos como “lendas”, como vampiros e lobisomens, existiam em uma sucessão de guerras, longe dos olhos humanos, e se autodenominavam Nightwalkers, já que não eram os melhores amigos do sol. A maioria não se importava com a espécie humana, mas não recebiam o mesmo tratamento — eles eram caçados ou vítimas de rituais de magia negra da parte de humanos a quem chamavam nigromantes. Os nigromantes eram o inimigo em comum de todos os Nightwalkers, e desapareceram há mais de cem anos. Isso fez o trabalho de Jacob, um demônio da Terra que era executor das regras dos demônios e o melhor caçador de demônios enfeitiçados, mais fácil: ele agora só teria que impedir os companheiros de seduzir humanos nas luas sagradas e aplicar a punição necessária para quem tentasse.

Até que um demônio foi capturado por um nigromante. A busca o leva ao Bronx, bairro de Nova York onde a bibliotecária Isabella vive com a irmã e os gatos. Bella gosta de observar a lua, e é assim que ela se encontra com Jacob. Ele pergunta se alguma coisa de diferente aconteceu por lá e, quando vai embora, Isabella tenta impedi-lo e acaba quase se estatelando no chão.

O toque dos dois a faz sentir como se estivesse sufocando — como o demônio aprisionado —, e ela consegue levá-lo para onde o demônio estava sendo mantido. Mas o feitiço dos nigromantes já fazia efeito e a força de Saul era superior a de Jacob, que ficou ferido. E surpreendentemente, quem mata o demônio transformado é a humana baixinha que jurava não saber o que estava fazendo...

Minha opinião:

A primeira vista, Jacob causa estranhamento. Afinal, não são todos os livros que tem demônios como protagonistas, menos ainda demônios bonzinhos. Mas, bem, no mundo de Jacquelyn Frank, os demônios são criaturas cultas, socialmente avançadas, que tomaram para si o dever de proteger os frágeis humanos de si mesmos e evitam retaliações. Assim como os demônios de Gena Showalter, os demônios Nightwalkers são perseguidos e culpados por situações que não são culpa deles. Aliás, a diferença entre os demônios e os humanos vai além dos poderes — cada demônio é regido por um elemento —, mas toda a organização social: não há guerras entre os demônios, o rei é escolhido por um conselho ético que fala em nome de todos, as tradições são mantidas vivas, e cada um deve encarar as consequências de suas escolhas. Há algumas semelhanças, sim, mas elas não vêm ao caso.

Jacob é o “policial” oficial da espécie, cuja função é zelar pelo cumprimento das regras dos demônios, principalmente a que proíbe qualquer um de dormir com um representante de espécie diferente, ainda mais humanos. E é irônico, porque ele, que passou os últimos quatrocentos anos acreditando firmemente no propósito do trabalho, de repente se apaixona por uma humana que parecia poderes mágicos. E como qualquer usuário de magia é um inimigo que deve ser exterminado...

Bella é paradoxal, para dizer o mínimo. Aparentemente calma, quieta e despretensiosa, ela logo se revela sagaz, sarcástica e responsável por uma grande mudança no mundo dos demônios. Não apenas na cultura deles, mas também pelo estranho que a reação de Jacob, o Defensor, demonstra perto dela. Além disso, Bella é destemida e tem um forte senso de justiça, sendo guiada por impulsos e pela paixão por livros.

Claro que os personagens coadjuvantes são excelentes. Estereotipados como Bella e Jacob — a bibliotecária solitária e o macho-alfa protetor —, mas excelentes: Gideon, o médico velho e cansado; Legna, a empata sensível; Elijah, o gigante carinhoso, e Noah, o rei que governa com justiça, amante da razão.

Apesar de o livro ser ótimo, eu tenho uma ressalva: alguns acontecimentos de Jacob influenciam diretamente os livros seguintes, principalmente o próximo, que causa uma expansão no universo Nightwalker. Não sei se por falta de espaço ou alguma outra razão, mas a edição da Nova Cultural cortou justamente essa parte. Então, ponto 0 para a editora.

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