Dark Skye — Kresley Cole


Dark Skye (não publicado no Brasil)

15º livro da série Immortals after Dark

Personagens: Melanthe “Lanthe” & Thronos Talos

Eterna obsessão

Quando era garoto, Thronos, Senhor de Skye Hall, amou Lanthe, uma travessa menina Feiticeira que o fez questionar tudo sobre seu clã Vrekener. Mas quando ambos foram pegos em meio a guerra de suas famílias, a tragédia os atingiu, fazendo de Thronos e Lanthe amargos inimigos. Apesar de séculos terem se passado, nada pode esfriar sua fervente necessidade pela bela feiticeira que marcou seu corpo — e deixou uma marca ainda maior em sua alma.

Ânsia infinita

Lanthe, uma feiticeira outrora formidável que luta para reclamar seus dons, busca amor e aceitação em todos os pretendentes imortais errados. Mas ela nunca esqueceu de Thronos, o magnífico garoto de olhos prateados que a protegeu até ela ser arrancada da segurança de seus braços. Uma angustiante noite mudou tudo entre eles. Agora ele é um notório senhor da guerra com uma vendeta de sangue contra Lanthe, caçando-a implacavelmente.

Pode o calor do desejo queimar mais que a vingança?

Com suas famílias imersas em conflito e batalhas sendo travadas ao seu redor, irão Thronos e Lanthe sucumbir ao caos brutal que ameaça tudo que eles amam? Ou o vínculo frágil que eles formaram há tanto tempo despertar uma paixão forte o bastante para suportar mesmo as dúvidas mais sombrias?

Lanthe é mais uma imortal aprisionada pela Ordem. O único ponto positivo da situação é estar a salvo dos Vrekeners que queriam matá-la a mando de Thronos, o príncipe que passara de melhor amigo de infância a arqui-inimigo. Mas, quando Thronos se deixa capturar e a ilha da Ordem é explodida, Lanthe tem pouca escolha além de segui-lo como prisioneira.

Mesmo depois de tantos anos, Thronos ainda se ressente das ações de Lanthe. Indeciso sobre abraçar a própria sorte e tomá-la como parceira ou matá-la, ele planeja levá-la para casa e, no caminho, fazê-la pagar por todas as injustiças contra ele. Mas Lanthe não era impressionável e influenciável como as fêmeas Vrekener, então ele teria um longo desafio pela frente...

Minha opinião:

(A filha pródiga à casa torna... ou algo assim. Eu sei que descumpri minha promessa, então me desafiei a atualizar o blog todo dia a partir de hoje e até janeiro, como pedido de desculpas).

Minha ideia inicial era fazer a resenha de Dark Skye bem (mas bem mesmo) antes. Com certeza antes do lançamento de Sweet Ruin, mas tive um pequeno problema. Não foi só bloqueio ou falta de inspiração — ou, a longo prazo, falta de leitura —, mas uma coisa muito mais preocupante: eu não tinha palavras para falar do livro.

Alguns podem se perguntar como isso aconteceu. Bem, Dark Skye é atribulado. É o tipo de livro com um monte de viagens — assim como o do Cade e Holly e Sweet Ruin —, e descobertas que impactarão o andamento da série, mas o relacionamento de Lanthe e Thronos se resume a:
Lanthe: Thronos...
Thronos: Cala a boca, vagabunda.
Lanthe: Olha aqui, eu...
Thronos: Qual parte de “cala a boca” você não entendeu, vadia?
Lanthe: Ei!
Thronos: Mas é claro que é vadia. Só que nenhuma puta gosta de ser chamada de “puta”, não é?
Lanthe: Escute aqui...
Thronos: “Escute aqui” coisa nenhuma! É puta sim! Agora seja uma boa puta e fique quietinha enquanto eu termino essa lobotomia aqui...
Faz algum tempo que eu percebi que os mocinhos da Kresley Cole estão se tornando misóginos — mais ou menos desde que eles começaram a ser sequestrados pela Ordem, lá pelo livro da Regin —, então Declan Chase, Lothaire, Uilleam MacRieve e Thronos Talos têm uma existência triste e traumática, descontam tudo nas mocinhas e atingem graus diferentes de redenção em pontos diferentes do livro. Alguns deles são ogrinhos perdoáveis, ogrinhos não perdoáveis ou ogrinhos FDP e desgraçados, porém charmosos. Thronos não é perdoável e o trauma dele não é suficiente para explicar a ladainha do “ofenda sua parceira e se faça de vítima quando ela te ofender de volta”. Declan, Lothaire e Uilleam tinham parceiras idealizadas, então eles se encontrarem com Regin, Elizabeth e Chloe foi chocante, e os preconceitos levaram a melhor. Thronos, porém, não tinha esse problema: ele conhecia Lanthe, sabia a extensão do trauma dela (ver a família ser assassinada pelo pai dele) e ouviu os rumores sobre ela ser uma feiticeira sem poderes devido às repetidas mortes de Sabine. Ele vivia em Skye Hall, rodeado de feiticeiros aprisionados e convenientemente se manteve cego. Ele reclamava de tudo sobre Lanthe, e passou séculos angariando “conhecimento” sobre as atividades “nojentas” dela, e não perdeu um minuto antes de esfregar todos os pecados — e o livro é bem claro ao falar do código de conduta dos Vrekeners, eles são quase fanáticos religiosos e muito puritanos — dela na cara dela. Tudo o que ela faz é ofensivo. E o que deveria ser o motivo de discórdia — o fato de Lanthe tê-lo aleijado quando eles eram crianças (e quando ela viu os pais e Sabine mortos pelo pai dele) — não foi. Mas aí vocês se perguntam: o que foi, então? Ora, a liberdade sexual de Lanthe. Thronos se ressentia do fato de que ela, solteira, feiticeira (ou seja, sem parceiro pré-destinado), no cume da sexualidade, tivesse tido amantes, enquanto ele, Vrekener, puritano e santimonial, não podia fazer o mesmo.

Diante disso, eu não entendo como alguém como Lanthe consegue ficar mais de um segundo com Thronos. Tudo bem que o amooooorrrrr é cego (surdo, mudo e burro também), mas ela perdoar as ofensas dele sem fazê-lo rastejar, esfregar a cara no chapisco, catar coquinho na descida e ir plantar batatas, me deixou soltando fogo pelas ventas. Ela ter reclamado das ofensas e dado um grito de liberdade (“Fiz tudo isso mesmo, sim, e faria de novo se fosse o caso!”) foi motivo de pouca satisfação. Eu terminei o livro querendo que ela desse às mãos a Vitoria Douglas e arrumasse um homem gostoso, maravilhoso, rico e bom de cama que lhe desse valor pela que ela é. Sério, Lanthe é sensível e divertida, o tipo de pessoa que a gente olha na nossa realidade e pensa: “Nossa, mas esse cara vai sugar até a alma dela”. E vai mesmo. No caso de Thronos, literalmente, já que ele planejava tirar os poderes dela, mesmo sabendo que os feiticeiros viam os poderes como uma espécie de alma.

O ponto positivo, além de Lanthe, é a longa viagem que eles fizeram tentando voltar para casa: Lanthe e Thronos acidentalmente descobrem algumas dimensões perdidas, uma delas intimamente relacionadas à Shadow’s Claim: o ataque de Bettina e as consequências dele, a aparição de Gourlav — o pretendente medonho que Trehan mata —, a fúria de Morgana e a participação de Nïx... Tudo isso atinge um clímax aqui, já que nosso pobre ignorante mocinho não faz ideia que haviam feiticeiros sendo ameaçados, caçados e assassinados e é chamado sem nenhuma gentileza para a realidade que estava acontecendo bem diante dos olhos dele e ele era cego demais para ver.

Aliás, Nïx começa a entrar de cabeça na Acessão; esse tem sido um projeto antigo, já mencionado no primeiro livro da série, mas é aqui que ela começa a jogar sujo e a explicar por que estava fazendo aqui tudo. E para fazer o que ela precisa, Nïx conta com a ajuda de Riora — a deusa que ajuda Sebastian e Kaderin a se acertarem.

Outra questão é o aparente salto no tempo: apesar de um ano ter se passado entre The Warlord Wants Forever e Pleasure of a Dark Prince, parece que um longo, longo tempo se passou de Pleasure a Dark Skye, já que os gêmeos de Cade e Holly já nasceram e tem três anos... Pode ser que minha matemática esteja errada, mas eu não estava esperando essa mudança tão grande.

Para resumir: eu podia ter passado esse livro sem o Thronos. Vale à pena ler pela Lanthe, já que ela segura a história toda.

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