O Cavaleiro dos Sete Reinos: O Cavaleiro Andante — George R. R. Martin


O Cavaleiro dos Sete Reinos: O Cavaleiro Andante (Legends: The Hedge Knight) — ISBN: 9788580449730

1º livro da série As Aventuras de Dunk e Egg

Personagens: Duncan “Dunk” & Aegon “Egg” Targaryen

Duzentos anos após a Conquista, a dinastia Targaryen vive seu auge. Os Sete Reinos de Westeros atravessam um tempo de relativa paz, nos últimos anos do reinado do Bom Rei Daeron. É neste cenário que Dunk, um menino pobre da Baixada das Pulgas, tem uma chance única: deixar a vida miserável em Porto Real para se tornar escudeiro de um cavaleiro andante. Quando adulto, o cavaleiro morre e Dunk decide tomar seu lugar e fazer fama no torneio de Campina de Vaufreixo.

É quando conhece Egg, um menino de dez anos, cabeça totalmente raspada, que é muito mais do que aparenta ser. Dunk aceita Egg como seu escudeiro e, juntos, viajam por Westeros em busca de trabalho e aventuras. Uma grande amizade nasce entre eles - uma amizade pela vida toda, mesmo quando, anos mais tarde, os dois personagens assumem papéis centrais na estrutura de poder dos Sete Reinos.

O cavaleiro que resgatou Dunk da miséria que era a vida na Baixada das Pulgas em Porto Real estava morto e enterrado, e Dunk agora estava sozinho. Sem família, sem amigos e sem nada para chamar de seu, ele decide seguir para Campina de Vaufreixo e concorrer em um torneio, na esperança de que algum lorde o veja e contrate seus serviços.

No caminho, um garoto pede que Dunk o leve junto, mas ele se recusa, prometendo a si mesmo que um dia faria por alguém o que Sor Arlan fizera por ele. Ele só não esperava que concorrer ao torneio fosse tão difícil, menos ainda com Egg o seguindo — e trazendo o peso de todos os problemas do mundo para os ombros de Dunk.

Minha opinião:

Então, esse foi um dos poucos livros que li em 2014 e pensei em resenhar, mas não consegui escrever uma resenha decente. Para manter minha promessa de ano novo de atualizar o blog com pelo menos uma resenha por semana, Dunk e Egg vem me ajudar nesta missão. :)

Ok, quando eu estava assistindo Game of Thrones, eu vi a menção a Sor Duncan, o Alto, e depois descobri que ele era um dos protagonistas de uma série de contos chamadas As Aventuras de Dunk e Egg, que se passam mais ou menos um século antes dos livros da série As Crônicas de Gelo e Fogo. Quando vi que todos os três contos seriam publicados num único livro aqui, decidi comprar e não me arrependi.

É possível ler uma série sem ler a outra, mas acho que pela questão da cronologia, é mais fácil ler O Cavaleiro dos Sete Reinos primeiro. E se alguém quiser (e puder) ler The Rogue Prince e The Princess and the Queen é ainda melhor. Mas voltemos ao Dunk.

O rapaz órfão, grandalhão — ele tem dezesseis... Ou dezessete anos; ninguém sabe ao certo —, fortão, foi criado na estrada e chamado de Dunk desde que se lembra. Ele é humilde, gentil, justo. O modelo de virtude, tudo o que um cavaleiro deve ser. Porém, ele guarda um grande segredo que o faz se sentir culpado, e seu status de cavaleiro é questionado por meio mundo, pois Dunk foi sagrado cavaleiro no meio do nada, sem testemunhas, e ninguém sabe o que aconteceu antes de Dunk enterrar Sor Arlan. Pelo sim, pelo não, é indiscutível que Dunk atende aos pré-requisitos de cavaleiro, pelo menos no tocante a proteger os fracos, inocentes e mulheres... Que é justamente o que o coloca numa grande confusão:

— Boa sorte para você.
E um homem deu um passo adiante, pegou sua mão e disse:
— Que os deuses lhe deem força, sor.
Então um irmão mendicante, em uma túnica marrom esfarrapada, abençoou sua espada e uma donzela lhe deu um beijo no rosto. Estão do meu lado.
— Por quê? — perguntou a Pate. — O que eu sou para eles?
— Um cavaleiro que se lembra de seus votos — o ferreiro respondeu.

Como eu disse, Dunk é um verdadeiro cavaleiro. Ele não se importa com quem quebra votos, apenas com a vítima, especialmente se a) ela for indefesa, b) for uma garota, e c) for alguém de quem Dunk gosta. O problema representado por Egg é ínfimo se comparado ao que coloca Dunk no meio de um julgamento de sete.

Egg é, no mínimo, problemático. Enquanto eu gostei dele — ele é muito desbocado e desafiador, deve ser o sangue Targaryen —, não achei nada realista ele seguir um desconhecido porque queria ser um escudeiro. Tudo bem que nenhum dos irmãos dele são guerreiros, mas daí a querer dedicar-se totalmente a um estranho... Bem, em sua defesa, ele tem oito anos. Não se pode esperar muito de juízo da parte dele. Mesmo assim, ele meteu Dunk em um grande problema — duas vezes —, mas faz o possível para ajudar, inclusive revelar sua identidade e, consequentemente, se colocando em possível perigo.

Os outros personagens são ótimos: eu quero muito ler mais sobre Sor Lyonel Baratheon, o Tempestade Risonha — fiquei totalmente apaixonada por ele, e olha que ele nem deve ter aparecido em dez páginas —, e sei que ele ainda tem um papel importante em pelo menos um dos livros futuros, e Raymun Fossoway. Baelor Quebra-Lança também é uma figura à parte — um príncipe decente, que tenta se manter correto e tratar com justiça qualquer um, inclusive um órfão pobre que pode ser considerado um traidor, mesmo que o faça bater de frente com a família.

Agora, o tal Aerion... Ô principezinho do inferno! Sádico e mentiroso — para quem assiste GoT: é tipo Viserys e Joffrey, só que mil vezes pior —, nem o irmão beberrão gosta dele:

— Egg diz a verdade. Aerion é quase um monstro. Acha que é um dragão em forma humana, sabe. E foi por isso que ficou tão furioso com o espetáculo de títeres. Uma pena que ele não tenha nascido um Fossoway, pois pensaria que é uma maçã e todos estaríamos em segurança, mas aqui estamos nós.

Eu não tenho muito a dizer sobre o conto sem fazer spoilers. Bem, nada além do quanto eu me diverti com Dunk e Egg, e como eu espero que o Tempestade Risonha apareça mais vezes... Eu realmente gostei muito dele e do Dunk, e vejo os dois, junto com Egg e Raymun, finalmente colocando os Sete Reinos nos eixos. Ou, considerando o que acontece na série principal, pelo menos tentando.

2 Comentários
  • "Eu não tenho muito a dizer sobre o conto sem fazer spoilers. Bem, nada além do quanto eu me diverti com Dunk e Egg, e como eu espero que o Tempestade Risonha apareça mais vezes... Eu realmente gostei muito dele e do Dunk, e vejo os dois, junto com Egg e Raymun, finalmente colocando os Sete Reinos nos eixos. Ou, considerando o que acontece na série principal, pelo menos tentando."

    Bem cunhada, depois de uma conclusão final desse nipe... só posso dizer que estou muito curiosa para ler esse conto...

    Excelente, começar o ano assim...

    Que venham muito mais resenhas...

    bjos
    Mara

  • Cunhada... o que eu posso dizer? Dunk e Egg são mencionados várias vezes na série principal. Acho uma pena que GRRM escreva tão devagar e esteja planejando só 12 contos sobre esses dois.

    O que eu faço com 12 contos?!

    Bjos

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