Dark Bites: Winter Born — Sherrilyn Kenyon


Dark Bites: Winter Born (não publicado no Brasil)

9º livro da série Dark-Hunter

Personagens: Dante Pontis e Pandora Kouti

Dante foi à Atlanta para a maior convenção de ficção científica do mundo para encontrar bandas para seu clube. O que ele jamais esperava encontrar era uma pantera Were-Hunter fugindo de inimigos.

Tudo o que Pandora quer é ficar sozinha, mas quando ela se vê frente a frente com Dante, ela aprende que mesmo panteras selvagens podem ter um coração...

Pandora Kouti precisava da ajuda de um homem chamado Acheron Parthenopaeus para voltar para casa depois de ser entregue a um bando de panteras Arcadians para servir como égua reprodutora. O problema era que não fazia ideia de quem era esse Acheron, e para completar, estava entrando no cio, com seus captores à sua procura.

A indicação de Ash levara Dante à DragonCon em Atlanta para encontrar bandas que tocassem em seu bar no Minnesota, o Inferno. Dante, um solteirão convicto, fica feliz em deixar que seus irmãos mais novos passem a perseguir a fêmea de pantera que estava no cio. Só que ele não contava que o Destino tinha planos bem, mas bem mesmo, diferentes para ele...

Minha opinião:

Winter Born é a primeira história que introduz um par Were-Hunter+Were-Hunter; Pandora é Arcadian, Dante é Katagaria, ou seja, ela possui o coração humano, ele, um coração animal. Ainda como um diferencial, Pandora vem do futuro e só estava no período “atual” devido a um acordo entre seu bando: como as panteras Katagarii não eram modelos maternos — uma das razões pela qual Dante não quer saber de ter parceira — e o bando de Pandora produzia um monte de fêmeas, aquelas nascidas no inverno (winter born) seriam enviadas para assegurar a paz com os captores, pois o coração “humano” da pantera a impediria de abandonar o parceiro e os filhotes.

É daí que vem minha dúvida: sabendo que ela era nada mais que uma moeda de troca, por que Pandora iria querer voltar para aquele bando? Tudo bem, nenhum deles parecia ter nada concreto contra ela, mas o que a fazia pensar que, assim que ela chegasse, não seria mandada de volta para os captores, que não queriam nada além de escravas sexuais e empregadas domésticas; tendo em vista que Were-Hunters só descobrem quem é parceiro ou não através do sexo — e mesmo assim quando uma marca aparece na palma de cada um —, a pantera solteira serviria de... “Diversão” para os machos solteiros.

Então, como eu não entendo a motivação dela para voltar para casa — tudo bem que a opção seria ficar sozinha num mundo desconhecido, mas isso é preferível a voltar para um grupo que a venderia sem pensar duas vezes —, não pude aproveitar a leitura plenamente, pois, inconscientemente, coloquei Pandora no rol de mocinhas estúpidas demais para viver; quando percebi, já era tarde.

Dante é um cara legal, apesar de ter um pequeno problema com “perdão” (o livro do Wulf explica melhor). Ele tem um autocontrole daqueles, que esfarela como bolacha assim que sente o cheiro que Pandora exala. Mas não se preocupe: é tudo explicado e creditado a um antigo trauma da infância dele. Apesar de suas restrições — ambos têm preconceitos em relação ao status um do outro, situação muito comum nos livros da série —, ele quer fazer aquilo dar certo, mesmo porque, enquanto Pandora vivesse, ele não conseguiria aproveitar a vida, encontrar uma amante, ter filhos com ela... E Were-Hunters vivem um longo, longo tempo. E Pandora era, em meio ao povo deles, um bebê.

Pandora não sabe muito bem o que fazer, e mesmo sabendo que Dante não tem nada a ver com os homens que a capturaram, fica em cima do muro, sem realmente escolher se aceita ser parceira dele ou não. Mesmo assim, sabendo que teria muito mais a perder do que ela, Dante se assegura de que ela tenha amplo espaço para tomar a decisão que achar melhor; como se escolher não ficar com ele fosse a melhor escolha.

Ash e Simi dão as caras, fazendo o que fazem de melhor; aliás, Ash poderia muito bem dar as mãos com o Lucien e com o Eros, e talvez com Santo Antônio, pois ele é meio que o cupido oficial da série. Mike e Leo, os irmãos mais novos de Dante, são duas figuras, mas somem de repente e não dão as caras de maneira significativa no resto da série.

... O melhor a fazer é ficar aqui em seu quarto, onde Mike e Leo não podem achar você — como eu disse, eles são jovens e inexperientes em caçar presas. Vou espalhar seu cheiro por aí para mantê-los afastados de você. Quando eles estiverem ocupados, trarei Ash até você. Ok?

Infelizmente, o único Katagaria por quem Pandora consegue sentir algum respeito é Romeo, o irmão mais velho de Dante. Pessoalmente, eu acho Romeo delicioso — e quando começam a fazer trocadilhos com ele, usualmente à custa de Shakespeare —, ele fica todo irritadinho. Contudo, o que eu mais gostei nele foi o fato de ele ter se proposto a ajudar Pandora sem nem mesmo conhecê-la, já que ela o fazia lembrar das dez (!) filhas dele.

Ah, o trocadilho eterno com Dante e Inferno já está me deixando irritada. É claro que se um mocinho chamado Dante tiver um bar, ele vai chamar “Inferno”, e é claro que se ele for um lobisomem/vampiro/alienígena/algo assim o trocadilho fica mais engraçado. Até agora, esse é o segundo Inferno de Dante resenhado aqui, e com certeza há muito mais. O primeiro é esse aqui, que também não é muito bom.

Winter Born foi originalmente publicado na antologia Stroke of Midnight, depois relançado numa coletânea contendo apenas os contos de Sherrilyn Kenyon, chamada Dark Bites, que contem um conto original.

 
2 Comentários
  • "Dante se assegura de que ela tenha amplo espaço para tomar a decisão que achar melhor; como se escolher não ficar com ele fosse a melhor escolha."

    Certo, se eu bem entendi... ele simplesmente não a quer... aliás, não quer compromisso.

    Eu, realmente estou muito cansada de homens assim, e sinceramente não creio ter paciência para ler livros nessa linha.

    Enfim, a cada livro dessa autora que vejo resenhado... meu temor de ler algo dela, aumenta...

    O motivo?

    Gente, é muito livro interligado para o meu gosto...

    :/

    Agora quanto à resenha... como sempre está megaperfeita!

    bjos
    Mara Martins

  • Ah, cunhada!

    O Dante não quer compromisso, mas ele quer a Pandora. rs Só que ela é muito preconceituosa a respeito da natureza animalesca dele, sabe? rs

    Dá uma chance pro menino... Mesmo porque se ele tentasse uma sedução forçada (cofcofWhitneycofcof), seria o mesmo que estupro. Para ele, é importante que ela queira ficar com ele. "como se escolher não ficar com ele fosse a melhor escolha" foi comentário meu, porque o Dante é MARA.

    Sim, os livros são interligados, mas os contos dá pra ler numa boa sem problemas... não invente desculpas. :D

    Bjos

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